segunda-feira, 17 de junho de 2019

Conheça Coimbra, a cidade dos tesouros literários

 

 

Não deixe de visitar a Biblioteca Joanina, que fica dentro da Universidade de Coimbra




Foi em Coimbra que vivi os meus dez minutos de glória. Durante a visita à Biblioteca Joanina, um verdadeiro tesouro que fica dentro da Universidade de Coimbra, pude ficar alguns minutinhos sozinha para fotografá-la. Não sabia que teria tal benefício (foi liberado por conta da reportagem que estava fazendo), afinal, as visitas ali são concorridas e só podem entrar 60 pessoas por vez em tours a cada 20 minutos (o controle é para manter o nível correto de umidade dentro da sala e não danificar as obras).

E estava lá, apenas eu e minha câmera, junto com mais de 60 mil livros que forram as prateleiras do chão ao teto. As amplas estantes de madeira e folhas de ouro adornadas com motivos chineses dão à biblioteca um brilho bem particular – ouro e madeira que, por sinal, vieram do Brasil. Ela foi construída entre os anos de 1717 e 1728, a pedido do Rei D. João V (cuja imagem está representada em um grande quadro). O espaço, em estilo barroco e com o teto repleto de pinturas, guarda algumas das obras mais valiosas da Europa, como a primeira edição de Os Lusíadas, de Camões.



Biblioteca Joanina

Apesar de a biblioteca ser a cereja do bolo, visitar o restante da universidade é de lei. Fundada em 1537 e tombada como Patrimônio da Humanidade, o campus ocupa o antigo Paço Real, da época em que a cidade era a capital de Portugal (foi até 1255). A visita guiada leva para ver também a prisão universitária, onde se confinavam alunos e professores infratores, e a pequena Capela de São Miguel, rica em arte sacra (funcionários e alunos da instituição podem se casar ali). A sala dos Capelos, antiga sala do trono, é hoje usada para a defesa dos doutorados.

A Torre do Relógio, o cartão-postal do campus, também pode ser visitada. É preciso pagar um bilhete à parte e vencer 180 degraus para chegar ao alto. A vista lá de cima compensa o esforço!

A universidade é a alma de Coimbra e seus alunos são o corpo. Identificá-los fora dos muros é fácil por conta dos tradicionais trajes pretos que muitos continuam a usar mesmo não sendo mais obrigatório. Devidamente vestidos com a roupa negra, eles caminham pelo centro da cidade cantando em grupos, especialmente nos finais de semana e feriados, em busca de trocados e atenção dos turistas. Em dias comuns, a maioria deixa o uniforme guardado no armário. Os jovens costumam bater ponto nos degraus da Rua Quebra Costas (pelo nome, dá para entender como é íngreme a escadaria), endereço perto da universidade que enfileira bares, restaurantes e cafés.


Universidade de Coimbra

Uma caminhada curta leva até a Sé Velha, onde, aos pés da igreja/fortaleza do século 12, acontece a famosa Queima das Fitas, festival em que os alunos da universidade celebram o fim do ano letivo com muita farra, em maio. Mas não fique admirando a obra apenas de fora, entre para conhecer a única catedral portuguesa construída na época da Reconquista (guerra entre cristão e muçulmanos na Península Ibérica) e que está intacta até hoje.

Pertinho dali, a Casa Fado ao Centro é uma ótima maneira de conhecer o estilo musical mais famoso do país. É curioso saber que, diferente do que se vê no restante de Portugal, em Coimbra, o estilo é cantado apenas por homens. Essa herança vem da época das serenatas realizadas pelos alunos da universidade para as moçoilas. Os shows acontecem todos os dias às 18h (€ 10, incluída uma taça de vinho do Porto).



Arco de Almedina

Deixando a casa e descendo em direção ao Rio Mondego (rio aclamado em tantas letras de fados e em poemas portugueses), é a vez de passar pelo Arco de Almedina, antigo portão herdado dos tempos em que a cidade esteve sob o domínio mouro. A caminhada segue em direção à Praça 8 de Maio, coroada pela Igreja de Santa Cruz, mas com várias pausas para xeretar as lojinhas da rua. Esse é o pedaço mais comercial da cidade e um bom lugar para comprar lembrancinhas para a parentada. Além dos suvenires clássicos, dez entre dez lojas vendem produtos feitos de cortiça, material extraído das árvores de sombreiros. E você achando que apenas rolha de vinhos era feita de cortiça! Em Portugal, o material está super na moda e é usado para fazer bolsas, sapatos, enfeites para casa, bijoux…

Mais para explorar

Se no primeiro dia o bate–perna ficou concentrado na Cidade Alta, junto à universidade, reserve o restante do tempo para conhecer o que há do outro lado da margem do Mondego. Para ter belas vistas de Coimbra, vale visitar o Mirador Penedo da Meditação. O espaço servia como ponto de encontro para muitos poetas e o belo visual associado à tranquilidade do lugar era um combustível de inspiração. Outro lugar para fotos é o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. Ali, uma estátua da Rainha Isabel (uma das santas mais veneradas do país) desabrocha em meio a um canteiro de rosas, em alusão a um de seus milagres. Na igreja, a urna de prata e cristal é aclamada por ser o seu túmulo.

Outra figura que rende histórias ao longo das gerações é Inês de Castro. Amante do Infante D. Pedro I, ela foi assassinada a mando do pai do príncipe, na época D. Afonso IV. Quando chegou a vez de assumir o trono, Pedro mandou que ela fosse desenterrada, coroou-a e exigiu que toda a corte a reverenciasse.

O lugar de sua morte, acredita-se, é hoje a Quinta das Lágrimas, propriedade transformada em hotel, cujos jardins com árvores centenárias podem ser visitados gratuitamente. Na quinta fica a Fonte dos Amores, construída em formato de cruz; segundo a lenda, a água correndo é uma representação do sangue de Inês.

Museu Nacional Machado de Castro

Enorme e completo, o museu ocupa um antigo palácio episcopal com um ótimo acervo de esculturas dos séculos 14 a 16, joalherias, pinturas, cerâmicas e mobiliários de diversas épocas. No subsolo está o Criptopórtico, um conjunto de fundações que sustentava o fórum romano da época em que Coimbra atendia pelo nome de Aeminium. Os visitantes podem andar pelas galerias romanas antes de visitar o restante da coleção. Entre os destaques do museu estão a representação da Última Ceia com os apóstolos feitos de barro, a escultura de Cristo após a crucificação e muitos tesouros em joias. museumachadocastro.gov.pt, € 6

Onde ficar



O Sapientia Boutique Hotel

Pertinho da universidade, o Sapientia Boutique Hotel tem acesso fácil a todo o centro histórico. Apesar de estar em um edifício centenário, segue uma linha moderna com muito vidro e belas vistas para a cidade. Os quartos fazem uma homenagem a personalidades portuguesas, com murais mostrando detalhes de obras de grandes artistas e poetas. Fiquei em um apartamento que homenageava Camões. R. José Falcão, 4, sapientiahotel.com.

Onde comer

O restaurante do Hotel Sapientia fica em um gostoso jardim, o que rende uma refeição descontraída ao ar livre. O menu é sucinto, mas bem amarrado com opções portuguesas de ares bem contemporâneos. A posta de salmão com legumes e arroz chega fumegante à mesa, servida na própria chapa. O preço médio dos pratos é € 15. Para compartilhar, invista em um almoço no moderninho Fangas Mercearia e Bar. A ideia ali é pedir entre três ou quatro opções de petiscos e dividir – são porções que servem duas pessoas –, de alheiras a pato e feijoada. Custa cerca de € 7 por petisco. R. Fernandes Morais, 45

Mais sobre Coimbra:

Distância: a 91 km de Viseu e a 200 km de Lisboa
Quanto tempo ficar: no mínimo dois dias
Imperdível: visitar a Biblioteca Joanina e o Museu Nacional Machado de Castro

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